9 Cuidados a ter na Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC)
Embora o sistema de cromatografia líquida de alta eficiência seja dispendioso e complexo, há cuidados simples que pode ter para evitar reparações ou tempos de paragem.
As dicas seguintes ajudam a manter o seu sistema HPLC (High Performance Liquid Chromatography) a funcionar de forma eficaz e com resultados reprodutíveis. Não só maximiza o investimento, como terá mais tempo para se dedicar a outras áreas relacionadas com a gestão do seu laboratório.
Boas Práticas na Utilização do HPLC para estender a vida útil do sistema e obter resultados de qualidade
Os sistemas de cromatografia são críticos para inúmeros setores de atividade, entre os quais a indústria farmacêutica e alimentar.
Apesar de existirem vários modelos de sistemas de cromatografia, as boas práticas que descrevemos, de seguida, são universais. Adequam-se a todo o tipo de equipamentos.
Vamos começar!
1. Filtrar as fases móveis com sistema de filtração a vácuo
Os problemas na fase móvel são um dos principais obstáculos nas análises em HPLC.
Para remover partículas em suspensão, aconselha-se a filtração das fases móveis com sistema a vácuo, utilizando um filtro de membrana adequado. Este é um ponto importante. Devem ser corretamente selecionados, em função das características dos solventes que se pretendem filtrar, o material e a porosidade dos filtros de membrana.
Por norma, utilizam-se os seguintes critérios:
- Filtros com membrana de 0,45 µm (diâmetro) para sistemas HPLC convencionais com pressão até 600 Bar;
- Filtros com membrana de 0,20 µm (diâmetro) para sistemas UHPLC (Ultra-High Performance Liquid Chromatography) com pressão acima de 600 Bar.
A filtração dos solventes vai evitar problemas de entupimento do sistema, para além de prolongar o tempo de vida dos equipamentos ao eliminar as partículas em suspensão, mesmo as minúsculas e não-visíveis.
2. Lavar o sistema com água sempre que utilizar tampões
Sempre que trabalha com uma fase móvel que tenha na sua constituição algum tampão, lave o HPLC com água e evite deixar o sistema parado com a respetiva fase móvel porque corre o risco dos sais precipitarem e entupirem o cromatógrafo - ou até danificar o corpo do pistão.
3. Desgaseificar com banho de ultrassons
Outro passo importante é a desgaseificação das fases móveis com o auxílio de um banho de ultrassons. Este procedimento previne que ocorram bolhas de ar no cromatógrafo que afetem a reprodutibilidade dos resultados.
Caso não proceda à desgaseificação, a bolha de ar pode alcançar o detetor e provocar oscilações na linha de base.
4. Garantir que o sistema tem filtros de solvente
A fase móvel que é introduzida no sistema de cromatografia precisa de ser filtrada. Para isso, deve usar filtros de solvente em cada canal.
Nunca deve retirar os filtros de solvente que compõem o sistema de HPLC e também não é aconselhável deixar as garrafas de fase móvel sem tampa para evitar contaminações e evaporação de solventes tóxicos e voláteis.
5. Inspecionar o sistema regularmente para fugas
Na cromatografia, queremos garantir que todos os solventes que entram no sistema HPLC, saem na totalidade.
As fugas no sistema - incluindo nas peças, tubagens e uniões - devem ser detetadas e eliminadas. Caso contrário, estamos a contribuir para:
- Avarias no equipamento;
- Falta de reprodutibilidade nos resultados:
- Se injeta uma solução e tem um determinado tempo de retenção, com uma fuga, este tempo pode variar.
- Se pretende identificar um composto com base no seu tempo de retenção característico devido aos desvios pode não conseguir identificá-lo corretamente.
Caso também esteja a usar tampões, se não inspecionar o sistema com frequência, a fuga vai provocar a evaporação do líquido e a precipitação do sal.
6. Verificar a pressão da coluna HPLC
Quando é utilizada a mesma coluna, ou colunas equivalentes, sabemos qual a gama de pressão para aquele caudal, com aquele tipo de coluna.
- Se a pressão for baixa, pode significar que existe uma fuga no sistema. Significa que a fase móvel não está a percorrer o caminho expectável entre o HPLC e o detetor. Os desvios por causa da fuga influenciam os resultados. Neste caso, será necessário identificar o local da fuga e tentar reparar a sua origem.
- Por outro lado, se a fase móvel regista uma pressão elevada, pode existir uma obstrução no sistema. É essencial investigar onde está a ocorrer o entupimento. Comece por verificar o injetor, a coluna, a bomba, o detetor, etc. Por norma, aconselha-se fazer o percurso inverso do solvente no sistema (do detetor para a bomba), observando quando e onde a pressão baixa drasticamente.
7. Fazer lavagens do sistema regulares seguindo as recomendações do fabricante
Tenha em atenção a compatibilidade dos solventes antes de iniciar o procedimento de limpeza. Há solventes que não são compatíveis com os enchimentos das colunas.
A lavagem frequente do sistema e das peças é essencial e deve ser realizada de acordo com as instruções do fabricante, mas deve ter em consideração os componentes do cromatógrafo e as suas características.
Por exemplo, se tiver que lavar com ácido tem que retirar os filtros de solvente para não degradarem.
8. Se precisar de desligar o cromatógrafo, deve passar solvente orgânico por todo o sistema
Não vai trabalhar com o sistema de cromatografia durante, pelo menos, dois dias? Então, primeiro deve lavá-lo com um solvente orgânico e, só depois, desligar o cromatógrafo.
Se não purgar o sistema com solvente orgânico e deixar água, está a contribuir para o desenvolvimento de microorganismo - que, por sua vez, influenciam a qualidade dos resultados.
9. Trocar regularmente as garrafas das fases móveis
Por fim, e não menos importante, deve trocar os frascos das fases móveis com regularidade, mesmo que esteja sempre a utilizar a mesma técnica e, especialmente, se as fases móveis têm uma elevada percentagem de água.
Caso não troque, a água começa a ficar turva e desenvolvem-se bactérias e outros organismos que podem prejudicar a análise.
Manutenção preventiva e/ou corretiva de sistemas HPLC evitam o aparecimento de problemas e períodos de downtime
Se seguir estas boas práticas, não terá problemas com o sistema de cromatografia de alta eficiência do seu laboratório.
Mas a manutenção de um sistema HPLC em ótimas condições pode ser um desafio até mesmo para os profissionais mais experientes.
Caso pretenda estender a vida útil do seu equipamento, a Maldral recomenda o serviço de manutenção preventiva. Uma equipa de profissionais desloca-se ao seu laboratório periodicamente, analisa o equipamento e realiza os procedimentos preventivos adequados.
No entanto, há casos mais graves e problemas que persistem apesar das boas práticas. Para responder a estes incidentes, a Maldral sugere-lhe o serviço de manutenção corretiva. A nossa equipa técnica desloca-se ao local, identifica e resolve o problema. Em pouco tempo terá o seu sistema operacional, reduzindo o downtime.
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2021-08-03