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Resistência Química de Plásticos no Laboratório

Em qualquer laboratório, as embalagens e recipientes de plástico assumem múltiplas funções e contactam com uma enorme variedade de reagentes e substâncias. Como tal, a resistência química dos plásticos assume uma enorme importância.

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Os materiais de vidro e de plástico são os mais comuns em materiais de laboratório. Por ser mais leve e não partir tão facilmente, o plástico tornou-se num material mais prático e muito popular. 

Frascos, pulverizadores, pipetas, esguichos, provetas e microtubos são alguns dos materiais laboratoriais mais habituais feitos em plástico. No entanto, os plásticos não são todos iguais. Há diferentes tipos de plásticos que podem ser usados no laboratório e cada um tem propriedades distintas. 

Consoante a sua função e as substâncias com que irão contactar, na seleção dos materiais para equipar um laboratório, há que ter em consideração a resistência química dos plásticos.

Quais os plásticos mais utilizados em laboratório?

Num laboratório, os materiais  de plástico podem contactar com substâncias muito diversificadas e mais ou menos agressivas. 

Solventes, bases, ácidos e outros produtos ou soluções podem danificar as superfícies de plástico, daí ser importante adequar a sua composição e propriedades às diferentes funções e utilizações.

De seguida apresentamos os plásticos mais utilizados em laboratório e as respetivas propriedades.

  • Polipropileno (PP)

O polipropileno (PP) é um plástico semi-rígido com boa resistência ao choque, podendo ser usado no fabrico de embalagens destinadas a um armazenamento prolongado. 

Embora seja não reativo quimicamente, a presença de grupos metilo torna-o susceptível à ação de agentes oxidantes fortes. Longos períodos de exposição à radiação UV podem também ser prejudiciais a este material. 

O PP possui uma excelente resistência química a ácidos, bases, álcoois e óleos minerais. Uma grande vantagem deste material é o facto de resistir a temperaturas de 135 °C, o que o torna autoclavável.  

  • Polietileno (PE)

Em termos da resistência química dos plásticos, o polietileno pertence à categoria dos termoplásticos. Isto significa que mantém a sua estrutura química mesmo quando exposto a alterações mecânicas, como um aumento da pressão ou da temperatura (dentro de certos limites). 

Este material é bastante durável, mesmo para utilizações exigentes, que envolvam agentes agressivos ou temperaturas elevadas, e pode ser de 2 tipos:

  • Polietileno de baixa densidade (PE-LD)


Muito flexível, mas quase inquebrável, este tipo de plástico possui uma excelente resistência aos ácidos (diluídos e concentrados), álcoois, bases e ésteres. Já ao contacto com óleos minerais e hidrocarbonetos halogenados a sua resistência é fraca. 

Este material resiste a temperaturas máximas de 90 °C, por curtos períodos de tempo, e a temperaturas mínimas de -50 °C. Não é recomendada a autoclavagem.

  • Polietileno de alta densidade (PE-HD)


Este plástico apresenta uma resistência química um pouco mais elevada do que o PE-LD, podendo suportar temperaturas máximas de 120 °C (durante curtos períodos). 

Possui boa resistência a ácidos, bases, hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, ésteres, cetonas e óleos, tanto minerais como vegetais. A sua autoclavagem não é recomendada. 

  • Poliestireno (PS)  

Este tipo de plástico oferece bons níveis de resistência a soluções aquosas, mas uma resistência limitada em contacto com solventes aromáticos e halogenados. 

Pelas suas características, e por não ser autoclavável, é mais usado em consumíveis de laboratório que, por norma, são descartáveis, tais como placas de petri e pipetas.

  • Policloreto de Vinil (PVC)

O PVC, ou policloreto de vinil, é um material versátil porque permite a combinação de diferentes aditivos que vão determinar a sua coloração, consistência e rigidez. 

Este tipo de plástico, macio e maleável, oferece bons níveis de resistência em contacto com produtos oleosos e baixa permeabilidade à maioria dos gases. É pouco resistente a muitos solventes orgânicos e não é recomendado para utilizações acima dos 70 °C.

 

4 Fatores que podem afetar a Resistência Química dos Plásticos no Laboratório

Os materiais de plástico costumam manter a sua integridade em utilizações de curta duração ou em contacto com substâncias inócuas. Contudo, a exposição a certo tipo de químicos ou a temperaturas elevadas ou muito baixas são alguns dos fatores que podem afetar a resistência química dos plásticos em contexto laboratorial. 

  • Tempo de exposição

Uma utilização de curta duração, como uma pipetagem, ou um armazenamento prolongado de qualquer substância, irão afetar a resistência química dos plásticos de maneira diferente. 

  • Temperatura

Temperaturas extremas (muito elevadas ou muito baixas) podem prejudicar a integridade de certos tipos de plásticos e originar fissuras, deformações ou outros danos na sua estrutura.   

  • Concentração dos produtos químicos

O tipo de substâncias e a concentração dos produtos químicos que contactam com as superfícies de plástico poderão interferir com a resistência química e física dos mesmos. 

  • Ação de forças internas ou externas 

As quedas ou outros choques externos, podem danificar alguns plásticos de laboratório. O mesmo pode decorrer de forças internas, com origem no próprio processo de fabrico do material.

Tabela comparativa da Resistência Química de Plásticos de Laboratório

Na seguinte tabela apresentamos alguns dados relativos à resistência química de plásticos face a diferentes fatores e processos:

 

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Legenda

PP: Polipropileno

LDPE: Polietileno de baixa densidade

HDPE: Polietileno de alta densidade

PS: Poliestireno

PVC: Policloreto de vinil

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2022-05-13

Damien Costa

Damien Costa

Diretor Comercial do Grupo Maldral

  • Responsável pelo departamento comercial da Maldral
  • Licenciado em Química, com especialização em Eletroquímica aplicada à Odontologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
  • Mestre em Química Avançada e Industrial com especialização em Fotoquímica
  • Pós-graduado em Informática de Gestão no Instituto Superior de Gestão da Universidade Lusófona

Experiência

Com nativa inclinação para as Ciências do explicável e do inexplicável, iniciei o meu percurso de investigador em 2010 na Universidade Coimbra onde estudei e em parceria com a Universidade de Alcalá de Henares e participei em múltiplos estudos nas mais diferentes áreas da Química, sempre de mãos dadas com outros ramos da ciência tais como a Física, Microbiologia, Genética Molecular e das Nanotecnologias numa versão mais futurista do meu ser.

O privilégio de ter frequentado grandes instituições de ensino como a faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa catapultaram o meu percurso académico para diversas publicações científicas, convite para inúmeras palestras e ainda para escrita de alguns capítulos de livros.

A prática laboratorial é de facto um dos meus fortes, no entanto, todo o conhecimento científico deve ser transmitido e partilhado, por isso, exerci consultadoria técnica para inúmeras empresas farmacêuticas nacionais e internacionais, participando inclusive em candidaturas a iniciativas de Financiamento para a Investigação e Desenvolvimento (I&D).

Na verdade, havia ainda algumas áreas da Química que me despertavam muito interesse e que permaneciam inexploradas. Foi então que tive o enorme privilégio de ser convidado para trabalhar na Maldral, iniciando o meu percurso de especialista na área da cromatografia líquida e da espectrometria de massa. A Maldral é a combinação perfeita para pôr em prática todos os conhecimentos anteriormente adquiridos.

Quando cheguei à Maldral em 2016, comecei como técnico de HPLC e de LC-MS onde fazia assistências técnicas, manutenções preventivas e qualificações de equipamentos em toda linha da cromatografia líquida e detetores acoplados (espectrofotometria UV-Vis e Fluorescência, eletroquímicos, índice de refração e espectrometria de massa) para diversas marcas de renome internacional como a Waters®, a Hitachi® e a Agilent®. Especializei-me paralelamente em espectrometria de massa através do desenvolvimento de técnicas analíticas LC-MS/MS que deram início ao negócio de kits clínicos da Maldral.

Hoje sou responsável pelo departamento comercial da Maldral e desde 2018 que venho aperfeiçoando este meu lado mais social e criativo na empresa, que tanto gosto.


Formação

Tirei a licenciatura em Química na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra onde escolhi o ramo Científico em Química-Física com especialização em Eletroquímica aplicada à Odontologia.

De seguida, apostei num mestrado em Química Avançada e Industrial na mesma Faculdade e especializei-me em Fotoquímica.

Por fim, para explorar o meu lado mais ligado às Tecnologias da Informação decidi fazer uma Pós-Graduação em Informática de Gestão no Instituto Superior de Gestão da Universidade Lusófona.

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