Blog > Material de Laboratório > Pipetas Volumétricas VS Graduadas - Qual a diferença e como manusear?

Pipetas Volumétricas VS Graduadas - Qual a diferença e como manusear?

É um erro comum.  Trabalhar com uma pipeta graduada e perceber que o volume medido não tem a exatidão que a aplicação exige. (A melhor opção teria sido uma pipeta volumétrica.) 

Vários métodos complexos no laboratório dependem da medição de volumes com uma pipeta, logo nas etapas iniciais. Eventuais lapsos na escolha dos materiais geram erros e talvez impliquem a repetição de todo o processo.  

Mas é uma situação evitável. 

Apesar das pipetas serem eficazes no trabalho com pequenos volumes de líquidos, nem todas se adequam aos diferentes tipos de procedimentos de laboratório.

Saiba, neste artigo, a diferença entre pipetas volumétricas e graduadas, bem como a melhor forma de as manusear.

Pipetas Volumétricas

A pipeta volumétrica - também designada de pipeta de volume único - é a rainha da precisão. Bate todos os outros instrumentos de laboratório quanto à precisão nas medições.  

Calibrada para entregar um volume fixo e exato de um líquido, está associada a uma maior precisão e controlo, permitindo dispensar somente a quantidade de líquido requerido. 

Como identificá-la de forma imediata? 

É a pipeta com um balão na zona central e só tem uma  ou duas marcações no corpo do instrumento que identifica o volume exclusivo dessa pipeta. Ou seja, se for graduada para medir 50ml, só terá capacidade para alojar e medir 50 ml. 

pipeta-volumetrica-vidro-soda-lime-classe-as
Pipeta volumétrica, vidro soda-lime, Classe AS (disponível na loja online)

 


Disponíveis em vários tamanhos, são muito usadas em laboratórios que estudam propriedades químicas e se analisam reações. 

Mas o mais importante a reter é que a pipeta volumétrica, com apenas uma marca, permite o escoamento total - que é o que se espera destes instrumentos para garantir que todo o líquido é dispensado. 

Manuseamento das Pipetas Volumétricas

Depois de ter selecionado a pipeta adequada ao método laboratorial, segue-se outra etapa decisiva, a sua utilização. É feita em duas partes: enchimento e vertido. 

Antes de passarmos ao processo, uma nota adicional. 

O menisco é a curvatura na superfície do líquido. Se for côncavo (A), voltado para baixo, a leitura é feita na parte inferior do menisco. Se for convexo (B), com a curva para cima, a leitura corresponde ao ponto mais elevado do nível do líquido.

manuseamento-das-pipetas-volumetricas

Como ler um menisco corretamente

Posto isto, passemos à primeira fase, ao enchimento. 

1. Enchimento

Comece por encher a pipeta com um auxiliar de pipetagem até aprox. 5 mm acima da graduação desejada.

De seguida, escoa o excesso de líquido, acertando o menisco conforme figura.

 

2. Escoamento
Primeiro, segure a pipeta verticalmente. Depois, verta o líquido com a ponta da pipeta em contacto com a superfície interna inclinada do recipiente coletor. 

Quando o menisco estabilizar na ponta, aguarde uns segundos (depende da classe de pipeta que está a usar).

Após este compasso de espera, arraste a ponta da pipeta para cima ao longo da parede interna do recipiente cerca de 10 mm para remover o líquido residual. 

O processo está concluído. Passemos, então, às pipetas graduadas. 

Pipetas Graduadas

As pipetas graduadas permitem a leitura de volumes parciais, ou seja, têm um intervalo de volumes passíveis de serem medidos. 

Se usar uma pipeta de 10 ml, pode, perfeitamente, medir apenas 5 ml - o que não acontece com uma pipeta volumétrica. 

Estes marcadores de volume estão distribuídos ao longo do corpo do instrumento e em números incrementais (as medições fazem-se da ponta até ao último ponto de volume). 

A maioria das pipetas graduadas tem um intervalo entre 0 e 25ml e são utilizadas para medir de forma precisa e transferir o volume de um líquido de um recipiente para outro, embora não devolvam medições tão precisas como as pipetas volumétricas.

 

graduated-pipette
Pipeta graduada


Diferentes Tipos de Pipetas Graduadas

As pipetas graduadas podem ser classificadas em três tipos (1, 2 e 3). A diferença baseia-se na:

  • Capacidade de escoamento: total ou parcial;
  • Marcação do valor nominal: localizado na parte inferior da pipeta com o zero na parte superior ou vice-versa. 

Tipo 1: Ponto zero no Topo e Escoamento Parcial

Esta pipeta permite o escoamento parcial de um líquido numa variedade de volumes. Ao manusear este instrumento graduado precisa de realizar o ajuste do menisco duas vezes. 

Tipo 2: Ponto zero na Base e Escoamento Total

O valor nominal encontra-se no fundo do corpo da pipeta, com a opção de escoamento da solução para qualquer volume. O ajuste do menisco é realizado uma só vez. 

Tipo 3: Ponto zero no topo e Escoamento total 

Igual à de tipo 1, a pipeta de tipo 3 apresenta um valor nominal na parte inferior, ou seja, tem o zero na parte superior do corpo e permite, apenas, a transferência do valor nominal. O ajuste do menisco é feito duas vezes. 

Manuseamento das Pipetas Graduadas

O manuseamento depende do tipo de pipeta que está a utilizar. Vamos ver para os 3 casos como ajustar o menisco e obter leituras precisas. 

Com as pipetas de Tipo 1 e Tipo 3, o menisco deve: 

  1. Primeiro ser ajustado no ponto zero e então deve correr até um pouco acima do volume parcial desejado;
  2. Após o tempo de espera de cerca de 5 s, o menisco deve ser ajustado uma segunda vez. 

 

Com as pipetas de Tipo 2: 

O manuseamento é mais simples. A pipetagem correta envolve somente:

  • Enchimento da pipeta graduada;
  • Limpeza de quaisquer gotas ou líquidos;
  • Acerto do menisco;
  • Escoamento do volume, ou seja, transferência do volume medido para outro material de laboratório. 

Como se compreende, tão importante como a escolha da pipeta, é a sua correta utilização, seguindo as boas práticas e a qualidade dos materiais. 

 

Escolha e manuseamento de pipetas volumétricas e graduadas influenciam os resultados laboratoriais 

As pipetas são instrumentos de grande precisão, utilizados na medição e transferência de líquidos. 

Selecionar a pipeta correta é o primeiro passo para obter resultados precisos. Mas tenha em atenção outro ponto. A pipeta vai ter um desempenho equivalente à técnica utilizada, aptidão e experiência do profissional que a manuseia.  

Mesmo com um instrumento de qualidade, bem calibrado e usando as técnicas de precisão mais rigorosas, se a operação não seguir as boas práticas, os volumes transferidos podem sair alterados e introduzir imprecisões ao longo de todo o processo. 

A Maldral trabalha com marcas e fornecedores que garantem a qualidade e integridade de todo o material de laboratório.  Escolha a pipeta graduada ou volumétrica na nossa loja online. Opte por uma que seja adequada ao trabalho que vai desenvolver.

Ver Pipetas

 

2021-07-06

Luís Coelho

Luís Coelho

Gestor de Serviço da Maldral

  • Responsável pela criação e implementação de um sistema de gestão de qualidade na Maldral
  • Licenciado em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa
  • Pós-graduado em Engenharia de Sistemas em Processos Químicos

Experiência

A minha primeira experiência profissional foi o estágio curricular que fiz em 2003 na Unidade Fabril de Adubos de Alverca onde fiz o “Estudo da Reação de Formação do Nitrato de Cálcio e Projeção de Alterações à Unidade Fabril”, cujo objetivo foi o aumento da produção do referido composto na unidade industrial.

Mais tarde decidi aventurar-me pela área do Marketing e Logística num estágio profissional no Banco BPI, SA em que trabalhei na Direção da Banca de Protocolos. Durante o Euro 2004 nesta mesma empresa tratei do controlo e da gestão de bilhetes para o Europeu de Futebol, através de bases de dados de clientes do banco e outros parceiros de negócios, a quem os mesmos eram destinados.

Em 2005, iniciei o meu percurso dentro do ramo em que me formei quando comecei a trabalhar na empresa Via Athena Gestão de Laboratórios, Lda com a função de Técnico Comercial, em que coordenei uma equipa de vendedores e acompanhei os clientes ganhando experiência no aconselhamento das melhores soluções técnicas tendo em conta as necessidades de cada cliente. Na Via Athena também exerci funções de responsável pela Gestão da Qualidade, pelos Recursos Humanos e pela Formação Interna.

A partir de 2016, passei a trabalhar na empresa Maldral Scientia S.A. onde desempenho as funções de coordenação da equipa técnica e suporte pós-venda dos equipamentos, com especial foco em sistemas de Cromatografia Líquida e Espectrometria de Massa e também funções como responsável pelos Recursos Humanos, pelas Infraestruturas e pela Formação Interna.

Atualmente, dado o processo de certificação da empresa pelas ISO 9001 e 13485 e devido à minha apetência pela organização e rigor tenho trabalhado juntamente com a equipa na criação e implementação de um sistema de gestão de qualidade.


Formação

Completei a licenciatura em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, e depois decidi aprender mais sobre Engenharia de Sistemas em Processos Químicos através de uma Pós-Graduação na mesma instituição.

Ver Biografia