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Micropipetas: 7 Dicas práticas para uma pipetagem correta

As micropipetas são equipamentos básicos e indispensáveis em todo o tipo de laboratórios, utilizadas para quando é necessário medir ou transferir pequenos volumes de líquidos. 

Neste artigo, vamos abordar as várias opções de micropipetas, o seu funcionamento e recordar um conjunto de dicas práticas para uma pipetagem correta.

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O que são as micropipetas e para que servem?

Seja um laboratório universitário ou de análises clínicas para diagnóstico, em todos eles encontramos micropipetas, sendo este um produto muito utilizado em qualquer laboratório. Estes equipamentos têm a capacidade de:

  • Medir pequenos volumes líquidos com precisão, podendo chegar a 0,002 microlitros, o equivalente a 0,000002 mililitros;
  • Transferir líquido de um recipiente para o outro.

Graças à capacidade de controlar com enorme precisão a quantidade aspirada e descarregada, as micropipetas permitem a obtenção de resultados precisos.

Quais os tipos de micropipetas?

Existem diversos modelos de micropipetas que podem ser subdivididas em micropipetas mecânicas monocanal, multicanal e micropipetas eletrónicas. Existem ainda as micropipetas de deslocamento positivo. 

  • Micropipetas Monocanal

Podem ser de volume fixo ou variável e têm apenas capacidade para uma ponta, ou seja uma saída para dispensar o líquido. As micropipetas monocanal de volume variável são as mais comuns num laboratório por serem muito versáteis, medindo diferentes gamas de volume.

 

Vejamos a estrutura de uma micropipeta Monocanal:

 

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Para quem trabalha com microplacas, as micropipetas multicanal, de 8 ou 12 canais, são a opção ideal. Com a sua capacidade de execução em paralelo, diminuem o tempo de pipetagem e reduzem, ainda, o excesso de manipulação pelo utilizador.

 

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  • Micropipetas Eletrónicas

A micropipeta eletrónica reduz significativamente os movimentos de repetição, aumenta a produtividade, precisão e comodidade do seu operador. Permite também a seleção de diversas programações, suprindo as necessidades de qualquer metodologia.

  •  Micropipetas de deslocamento Positivo

Estas últimas são utilizadas para líquidos mais difíceis, muito viscosos, que tenham tendência para formar espuma ou que tenham elevada pressão de vapor.

Quais os fatores que influenciam a precisão de uma pipetagem?

Embora as micropipetas aparentam um manuseamento simples, existem diversos fatores que podem interferir na correta pipetagem. Vamos analisar os principais fatores que podem influenciar a pipetagem.

  • Amostra

A amostra pode ser suscetível a condições ambientais como a temperatura, pressão e humidade. Para garantir a qualidade do líquido é também necessário ter em atenção a viscosidade e a volatilidade do mesmo.

  • Equipamento

Se a escolha de uma micropipeta de qualidade influencia o processo de pipetagem, também a seleção da ponta tem uma especial importância. A ponta é responsável pela capacidade de retenção do líquido.

  • Operador

A correta pipetagem depende em muito do técnico que manuseia o equipamento. A experiência, habilidade e conhecimento no manuseio correto são fatores críticos para obter resultados de qualidade.

Dicas práticas para uma pipetagem correta

Uma gota a mais de reagente ou a contaminação do líquido durante a sua manipulação pode causar resultados adulterados na investigação. Para evitar que tal aconteça é imprescindível conhecer bem os materiais e dominar as boas práticas de uma pipetagem correta.

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Vejamos agora algumas dicas práticas:

1.Escolher a micropipeta certa para o volume de líquido pretendido

As micropipetas mais comuns são as micropipetas de volume variável onde o volume de pipetagem pretendido é ajustado dentro do intervalo permitido pela sua capacidade. Na teoria, a gama de trabalho das micropipetas situa-se entre os 10% e os 100% do seu volume nominal, no entanto é sabido que a sua precisão diminui à medida que nos aproximamos do seu volume mínimo. 

No momento da escolha da micropipeta com a qual vai trabalhar, tenha em consideração que a gama ideal de trabalho é entre os 35% e os 100% do volume nominal indicado.

2. Selecionar o volume a pipetar

As micropipetas têm um sistema de ajuste de volume que permite escolher o volume exato pretendido da recolha. O processo é simples, basta girar a roda de ajuste até o valor aparecer na janela do indicador do volume.

Caso pretenda um volume inferior deve reajustar o valor até alcançar o pretendido, no entanto, se quiser passar para um volume superior deve primeiro girar a roda seletora cerca de 1/3 acima do volume que quer medir e depois descer lentamente.

Dependendo do fabricante, modelo ou volume nominal da micropipeta, podemos encontrar algumas diferenças na apresentação dos valores. Em geral, o indicador de volume tem 3 ou 4 dígitos e é lido de cima para baixo.

3. Eleger a ponta apropriada

A utilização de micropipetas requer a utilização de pontas de plástico descartáveis. Cada micropipeta tem um tipo específico de ponta, que depende do volume nominal da pipeta, da marca e modelo do fabricante.

Para uma rápida identificação das pontas, as micropipetas são codificadas por cores e rotuladas com o volume para o qual foram desenvolvidas.

A escolha das pontas pode depender do design do fabricante, embora existam pontas universais de grande qualidade que podem ser usadas em diferentes modelos.

4. Manter a pipeta no ângulo correto

Para realizar uma aspiração correta do líquido é muito importante manter sempre a micropipeta na posição o mais vertical possível, sem desviar mais do que 20° da vertical.

Mantendo esta posição, devemos pressionar o êmbolo ou pistão com o polegar até à primeira posição de força (quando a resistência do êmbolo de repente aumenta) antes de inseri-lo no líquido.

5. Mergulhar a ponta no líquido até uma profundidade adequada e aspirar

Com o êmbolo pressionado, introduza a ponta no líquido, formando com a superfície do mesmo um ângulo de 90º, e solte suavemente. A ponta deve ser imersa entre 1-2mm, para pipetas de volume micro, e até 3-6mm para pipetas de volumes maiores. Manter uma profundidade de imersão adequada permite melhorar a precisão da pipetagem em mais de 5%.

Recomenda-se aspirar e dispensar o líquido 2-3 vezes antes de aspirar o volume final.

6. Distribuir o líquido

A melhor técnica para dispensar o líquido é deixá-lo cair na parede lateral do recipiente levemente, pois reduz ou elimina a quantidade remanescente de amostra na ponta. Deve pressionar o pistão lentamente até chegar à segunda posição de força. Esta técnica pode aumentar a precisão em 1% ou mais.

7. Ejetar e descartar a ponta usada

A maioria das micropipetas possuem um botão ejetor que permite remover as pontas automaticamente, o que facilita a sua substituição e reduz o risco de contaminação. As pontas devem ser descartadas para um recipiente próprio. Lembre-se que uma boa gestão dos resíduos em ambiente laboratorial é essencial para a segurança no trabalho e para o meio ambiente.

Na área da investigação e análise, a qualidade e fiabilidade dos resultados é crítica e para isso contribuem os diversos fatores abordados no artigo, mas também os momentos de manutenção e calibração dos equipamentos. A manutenção e calibração deve seguir 4 passos:

  1.     Limpeza externa e verificação visual
  2.     Teste de funcionalidade
  3.     Verificação rápida da exatidão
  4.     Verificação da performance

 

Para mais informações e esclarecimentos sobre a Micropipetas fale com os nossos especialistas Maldral - empresa de referência em ciência analítica, com uma vasta oferta de equipamentos e materiais de laboratório.

 

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2022-05-09

Ana Paula Sequeira

Ana Paula Sequeira

Administradora da Maldral

  • Fundadora da Maldral Scientia
  • Bacharel em Engenharia Química pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
  • Licenciada com especialização em Química Industrial pela mesma instituição
  • Pós-graduada em Gestão de Marketing no Instituto Superior de Gestão da Universidade Lusófona

Experiência

Iniciei a minha experiência a nível profissional na Portucel (Unidade Fabril de Mourão) em 1986 como sendo a responsável pela elaboração do Manual de Qualidade, apesar de não se tratar de uma das minhas áreas favoritas.

Depois em 1987 passei a fazer algo que gostava um pouco mais, sendo a responsável pelo Laboratório de Controlo de Qualidade da fábrica da Milupa Portuguesa Ltda. em Benavente.

Após 2 anos neste laboratório decidi mudar e explorar o meu lado mais social e criativo na relação com o cliente e trabalhei como Técnica Comercial de Equipamentos de Laboratório na Labometer Sociedade Técnica de Equipamento de Laboratório Ltda. em Lisboa.

Como gostei muito de exercer esta função, senti que a área comercial e da gestão seriam prediletas para minha carreira profissional. Com carácter nativo empreendedor fui contratada pela Hucoa Erloss Equipamentos Científicos Ltda. em Lisboa como Diretora Comercial e mais tarde também como formadora. Como a gerência da empresa decidiu retirar-se fui convidada para a dirigir esta empresa até 2009.

A partir daí nunca mais saí do ramo da venda de produtos de laboratórios e equipamentos, até que em 2015, fundei juntamente com o meu sócio, a Maldral Scientia, onde decidi aventurar-me pelo desenvolvimento de métodos analíticos por LC-MS/MS e apaixonei-me por esta área da investigação. Saber que poderia dar o meu contributo para conseguir ajudar os hospitais e os laboratórios na deteção precoce de inúmeras doenças metabólicas e cancerígenas foi um dos motivos que me impulsionou a apostar nesta área.


Formação

Tirei um bacharelato em Engenharia Química pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e depois mais tarde a Licenciatura pela mesma instituição onde especializei-me no ramo da Química Industrial.

Agora mais recentemente decidi fazer uma Pós-Graduação em Gestão de Marketing no Instituto Superior de Gestão da Universidade Lusófona para conseguir ajudar a empresa a crescer mais.

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