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4 passos para selecionar o Filtro de Seringa mais adequado

A filtração é uma etapa indispensável na preparação de amostras e exige dispositivos apropriados: os filtros de seringa

Estes componentes removem partículas e impurezas de soluções líquidas antes da realização de um tipo específico de análise, por exemplo, antes de uma amostra ser injetada na coluna de cromatografia. 

Para escolher o filtro de seringa adequado à análise, existem 4 critérios: o tipo e volume da amostra, o tamanho das partículas que vai querer filtrar e a compatibilidade da membrana do filtro.  

Neste artigo vai ficar a conhecer os passos para selecionar um filtro de seringa e as boas práticas na sua utilização. Desta forma, garante resultados precisos e fiáveis. 


Como Escolher o Filtro de Seringa mais adequado? 

1. Selecione a membrana de acordo com a natureza da amostra

A escolha do material que constitui o filtro vai depender da natureza da solução que será alvo de purificação. 

Por exemplo, os filtros em nylon são hidrofílicos e são frequentemente utilizados para filtrar amostras antes da injeção no HPLC. São ainda compatíveis com a maioria dos solventes aquosos e orgânicos.

No entanto, não são recomendados para amostras que contêm proteínas porque se pretende uma taxa de recuperação máxima. Neste caso, o ideal seria o filtro de seringa PVDF com uma membrana de Fluoreto de polivinilideno.

A seguinte tabela ajuda a selecionar o tipo de membrana do filtro de acordo com a solução que pretende purificar. 

 

Matriz / Tipo de soluções Membrana recomendada
Mistura de solventes Nylon, RC, PTFE Hidrofílico
Meios de cultura, amostras biológicas, tampões  CA, PES, MCE, PVDF Hidrofílico
Elevada carga de partículas em suspensão PP 
Solventes orgânicos puros PVDF Hidrofóbico, PTFE Hidrofóbico


2. Confira o tamanho do poro em função da amostra e da técnica analítica

A seleção do tamanho do poro varia em função do volume da amostra e do tipo de técnica analítica que vai realizar.  É um critério importante porque determina o diâmetro máximo das partículas que podem passar na membrana. 

Existem filtros de seringa com vários tamanhos, embora haja dois mais comuns e frequentemente utilizados: 0.2µm e 0.45µm.

Por norma, os 0.45µm são suficientes para a maioria dos trabalhos num laboratório de físico-química e para análises gerais. Uma porosidade de filtração desta ordem é essencial para todos os solventes e amostras antes de uma análise cromatográfica. 

No entanto, se estiverem presentes na amostra partículas muito reduzidas, aconselha-se um tamanho de poro bastante inferior, de 0.2µm ou 0.1µm. 

Consulte a tabela e rapidamente terá a resposta do tamanho de filtro correto para a aplicação. 

 

Aplicação Tamanho do Poro
  • Filtração de amostras para HPLC em colunas com partículas > 3µm; 
  • Clarificação de amostras para GC, SFC, CE e GPC;
  • Clarificação de amostras viscosas ou amostras com partículas em suspensão; 
  • Filtração de amostras biológicas (plasma, soro, etc.);
  • Filtração de amostras alimentares; 
  • Filtração de amostras ambientais.
0.45µm
  • Filtração de amostras para HPLC em colunas com partículas ≤ 3µm;
  • Filtração de amostras para UHPLC e LC-MS;
  • Filtração extensiva de amostras para GC, SFC, CE e GPC;
  • Filtração de amostras de gases para GC e GC-MS. 
0.22µm

 

3. Identifique o diâmetro do filtro da seringa em função do volume da amostra 

O volume da amostra alvo da análise tem influência no diâmetro do filtro da seringa. 

Por norma, é utilizado um diâmetro menor para pequenas quantidades (e vice-versa). Caso contrário, existe um gasto de filtro desnecessário e o processo não ocorre segundo as boas práticas. Quando seleciona o diâmetro indevido corre ainda o risco do filtro ficar saturado e reter a amostra ao invés de a filtrar. 

 

Volume da amostra Diâmetro recomendado
< 3 ml 4 mm
2-10 ml 13 mm
10-100 ml 25 mm

 

4. Escolha o tipo de membrana consoante a compatibilidade química com o solvente 

Existem vários tipos de materiais usados nos filtros das seringas. As diferenças baseiam-se na compatibilidade química, taxa de fluxo e pressão de rutura, ou seja, a força que terá de aplicar para proceder à filtragem. 

Cada membrana possui uma característica química que deve estar alinhada com a solução filtrada. Caso contrário, pode interagir de forma indesejada com o solvente, sofrer degradação ou permitir a passagem de partículas. 

Assim sendo, opte por uma membrana compatível com a matriz da amostra e que suporte a exposição ao solvente. 

Veja na tabela (disponível para download*) as respetivas compatibilidades consoante os materiais da membrana. 

 

mockup-tabelaClique na imagem para ver a tabela maior. Pode guardá-la para consultar mais tarde.



Como Utilizar de forma correta o Filtro de Seringa?

A incorreta utilização dos filtros causa problemas que influenciam o resultado da análise, tais como a fuga da amostra ou a quebra do filtro. 

Para utilizar de forma correta o filtro, siga estes passos: 

  1. Deixe uma pequena quantidade de ar (cerca de 1 ml) na seringa antes de encher com a amostra para realizar a limpeza do filtro; 
  2. Encha a seringa com a amostra; 
  3. Fixe o filtro de forma segura pela rosca. Caso tenha uma seringa Luer Lock, fixe a seringa, mas sem apertar em demasia, garantindo apenas que o sistema está bem acoplado;
  4. Segure a seringa e o filtro de forma vertical para molhar a membrana de forma universal, promovendo um fluxo contínuo e bom desempenho;
  5. Pressione o êmbolo da seringa suavemente para empurrar a amostra através do filtro. Se possível, descarte os primeiros 0,25-0,5ml de amostra para minimizar o risco de contaminação;
  6. Caso a pressão aumente de forma significativa, mude o filtro;
  7. Pressione o ar através do filtro para purgar e recuperar qualquer amostra restante. 

Tenha em atenção que ao utilizar seringas com volumes > 10 ml deve realizar uma pressão suave durante a operação para evitar exceder a pressão máxima. 

Troque o filtro da seringa e não volte a utilizá-lo porque estes materiais são descartáveis, apenas podem ser utilizados uma vez. Repita o processo para a próxima amostra. 


Procura Filtros de Seringa de qualidade, para vários tipos de análises e a um preço competitivo?

Os filtros de seringa constituem uma excelente adição ao portfólio de materiais no laboratório porque são indispensáveis a inúmeros tipos de análises. 

Não só prolongam a vida útil das colunas de cromatografia, como reduzem substancialmente o tempo de preparação das amostras e influenciam a qualidade da filtração. 

A Maldral tem um leque extenso de filtros de seringa de qualidade, com vários tamanhos, formatos e modelos, a um preço atrativo. 

Temos uma equipa dedicada a responder a qualquer questão, se precisar. Basta enviar email ou ligar-nos. 

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2021-06-09

Luís Coelho

Luís Coelho

Gestor de Serviço da Maldral

  • Responsável pela criação e implementação de um sistema de gestão de qualidade na Maldral
  • Licenciado em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa
  • Pós-graduado em Engenharia de Sistemas em Processos Químicos

Experiência

A minha primeira experiência profissional foi o estágio curricular que fiz em 2003 na Unidade Fabril de Adubos de Alverca onde fiz o “Estudo da Reação de Formação do Nitrato de Cálcio e Projeção de Alterações à Unidade Fabril”, cujo objetivo foi o aumento da produção do referido composto na unidade industrial.

Mais tarde decidi aventurar-me pela área do Marketing e Logística num estágio profissional no Banco BPI, SA em que trabalhei na Direção da Banca de Protocolos. Durante o Euro 2004 nesta mesma empresa tratei do controlo e da gestão de bilhetes para o Europeu de Futebol, através de bases de dados de clientes do banco e outros parceiros de negócios, a quem os mesmos eram destinados.

Em 2005, iniciei o meu percurso dentro do ramo em que me formei quando comecei a trabalhar na empresa Via Athena Gestão de Laboratórios, Lda com a função de Técnico Comercial, em que coordenei uma equipa de vendedores e acompanhei os clientes ganhando experiência no aconselhamento das melhores soluções técnicas tendo em conta as necessidades de cada cliente. Na Via Athena também exerci funções de responsável pela Gestão da Qualidade, pelos Recursos Humanos e pela Formação Interna.

A partir de 2016, passei a trabalhar na empresa Maldral Scientia S.A. onde desempenho as funções de coordenação da equipa técnica e suporte pós-venda dos equipamentos, com especial foco em sistemas de Cromatografia Líquida e Espectrometria de Massa e também funções como responsável pelos Recursos Humanos, pelas Infraestruturas e pela Formação Interna.

Atualmente, dado o processo de certificação da empresa pelas ISO 9001 e 13485 e devido à minha apetência pela organização e rigor tenho trabalhado juntamente com a equipa na criação e implementação de um sistema de gestão de qualidade.


Formação

Completei a licenciatura em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, e depois decidi aprender mais sobre Engenharia de Sistemas em Processos Químicos através de uma Pós-Graduação na mesma instituição.

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