As micropipetas são equipamentos básicos e indispensáveis em todo o tipo de laboratórios, utilizadas para quando é necessário medir ou transferir pequenos volumes de líquidos.
Neste artigo, vamos abordar as várias opções de micropipetas, o seu funcionamento e recordar um conjunto de dicas práticas para uma pipetagem correta.
Seja um laboratório universitário ou de análises clínicas para diagnóstico, em todos eles encontramos micropipetas, sendo este um produto muito utilizado em qualquer laboratório. Estes equipamentos têm a capacidade de:
Graças à capacidade de controlar com enorme precisão a quantidade aspirada e descarregada, as micropipetas permitem a obtenção de resultados precisos.
Existem diversos modelos de micropipetas que podem ser subdivididas em micropipetas mecânicas monocanal, multicanal e micropipetas eletrónicas. Existem ainda as micropipetas de deslocamento positivo.
Podem ser de volume fixo ou variável e têm apenas capacidade para uma ponta, ou seja uma saída para dispensar o líquido. As micropipetas monocanal de volume variável são as mais comuns num laboratório por serem muito versáteis, medindo diferentes gamas de volume.
Vejamos a estrutura de uma micropipeta Monocanal:
Para quem trabalha com microplacas, as micropipetas multicanal, de 8 ou 12 canais, são a opção ideal. Com a sua capacidade de execução em paralelo, diminuem o tempo de pipetagem e reduzem, ainda, o excesso de manipulação pelo utilizador.
A micropipeta eletrónica reduz significativamente os movimentos de repetição, aumenta a produtividade, precisão e comodidade do seu operador. Permite também a seleção de diversas programações, suprindo as necessidades de qualquer metodologia.
Estas últimas são utilizadas para líquidos mais difíceis, muito viscosos, que tenham tendência para formar espuma ou que tenham elevada pressão de vapor.
Embora as micropipetas aparentam um manuseamento simples, existem diversos fatores que podem interferir na correta pipetagem. Vamos analisar os principais fatores que podem influenciar a pipetagem.
A amostra pode ser suscetível a condições ambientais como a temperatura, pressão e humidade. Para garantir a qualidade do líquido é também necessário ter em atenção a viscosidade e a volatilidade do mesmo.
Se a escolha de uma micropipeta de qualidade influencia o processo de pipetagem, também a seleção da ponta tem uma especial importância. A ponta é responsável pela capacidade de retenção do líquido.
A correta pipetagem depende em muito do técnico que manuseia o equipamento. A experiência, habilidade e conhecimento no manuseio correto são fatores críticos para obter resultados de qualidade.
Uma gota a mais de reagente ou a contaminação do líquido durante a sua manipulação pode causar resultados adulterados na investigação. Para evitar que tal aconteça é imprescindível conhecer bem os materiais e dominar as boas práticas de uma pipetagem correta.
Vejamos agora algumas dicas práticas:
As micropipetas mais comuns são as micropipetas de volume variável onde o volume de pipetagem pretendido é ajustado dentro do intervalo permitido pela sua capacidade. Na teoria, a gama de trabalho das micropipetas situa-se entre os 10% e os 100% do seu volume nominal, no entanto é sabido que a sua precisão diminui à medida que nos aproximamos do seu volume mínimo.
No momento da escolha da micropipeta com a qual vai trabalhar, tenha em consideração que a gama ideal de trabalho é entre os 35% e os 100% do volume nominal indicado.
As micropipetas têm um sistema de ajuste de volume que permite escolher o volume exato pretendido da recolha. O processo é simples, basta girar a roda de ajuste até o valor aparecer na janela do indicador do volume.
Caso pretenda um volume inferior deve reajustar o valor até alcançar o pretendido, no entanto, se quiser passar para um volume superior deve primeiro girar a roda seletora cerca de 1/3 acima do volume que quer medir e depois descer lentamente.
Dependendo do fabricante, modelo ou volume nominal da micropipeta, podemos encontrar algumas diferenças na apresentação dos valores. Em geral, o indicador de volume tem 3 ou 4 dígitos e é lido de cima para baixo.
A utilização de micropipetas requer a utilização de pontas de plástico descartáveis. Cada micropipeta tem um tipo específico de ponta, que depende do volume nominal da pipeta, da marca e modelo do fabricante.
Para uma rápida identificação das pontas, as micropipetas são codificadas por cores e rotuladas com o volume para o qual foram desenvolvidas.
A escolha das pontas pode depender do design do fabricante, embora existam pontas universais de grande qualidade que podem ser usadas em diferentes modelos.
Para realizar uma aspiração correta do líquido é muito importante manter sempre a micropipeta na posição o mais vertical possível, sem desviar mais do que 20° da vertical.
Mantendo esta posição, devemos pressionar o êmbolo ou pistão com o polegar até à primeira posição de força (quando a resistência do êmbolo de repente aumenta) antes de inseri-lo no líquido.
Com o êmbolo pressionado, introduza a ponta no líquido, formando com a superfície do mesmo um ângulo de 90º, e solte suavemente. A ponta deve ser imersa entre 1-2mm, para pipetas de volume micro, e até 3-6mm para pipetas de volumes maiores. Manter uma profundidade de imersão adequada permite melhorar a precisão da pipetagem em mais de 5%.
Recomenda-se aspirar e dispensar o líquido 2-3 vezes antes de aspirar o volume final.
A melhor técnica para dispensar o líquido é deixá-lo cair na parede lateral do recipiente levemente, pois reduz ou elimina a quantidade remanescente de amostra na ponta. Deve pressionar o pistão lentamente até chegar à segunda posição de força. Esta técnica pode aumentar a precisão em 1% ou mais.
A maioria das micropipetas possuem um botão ejetor que permite remover as pontas automaticamente, o que facilita a sua substituição e reduz o risco de contaminação. As pontas devem ser descartadas para um recipiente próprio. Lembre-se que uma boa gestão dos resíduos em ambiente laboratorial é essencial para a segurança no trabalho e para o meio ambiente.
Na área da investigação e análise, a qualidade e fiabilidade dos resultados é crítica e para isso contribuem os diversos fatores abordados no artigo, mas também os momentos de manutenção e calibração dos equipamentos. A manutenção e calibração deve seguir 4 passos:
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