O custo de uma imprecisão na ordem das miligramas (mg) pode ser elevado. Pode implicar a retirada de um produto do mercado ou ter de voltar a repetir todo o processo (com custos associados de tempo, recursos humanos e trabalho).
No outro espectro, quando escolhe a balança correta para as suas necessidades e faz a calibração regular, este instrumento vai premiar o seu laboratório com muitos anos de medições precisas.
Comprar uma balança é um investimento importante, mas justificável. Resultados analíticos rigorosos geram confiança e elevam a rentabilidade dos processos e do próprio laboratório.
As balanças são instrumentos de elevada precisão. Peças de equipamento essenciais, robustas e que devem ser adaptadas às necessidades diárias do seu laboratório.
Antes de mais, pense no seguinte:
Todas as respostas vão permitir filtrar a escolha da balança certa para o trabalho desenvolvido no seu laboratório até chegar à escolha vencedora.
Neste artigo exploramos a diferença entre balanças analíticas e de precisão, bem como as principais diferenças em termos de capacidade de pesagem e nos tipos de calibração.
Comecemos pela capacidade de pesagem.
Este tipo de equipamento é fácil de utilizar e dado o nível de exatidão nas medições, é muito utilizado em aplicações químicas e farmacêuticas.
A balança analítica apresenta um elevado desempenho e fiabilidade nos resultados.
No entanto, como são instrumentos precisos e capazes de medições com 4 casas decimais, são sensíveis às mais ligeiras variações no meio ambiente. Uma corrente de ar no laboratório tem uma alta probabilidade de influenciar (negativamente) o resultado das medições analíticas.
Face a esta particularidade, os fabricantes incluíram uma proteção de vidro que vem acoplada na balança e que previne leituras erradas ou imprecisas, pela diminuição da influência do ambiente do laboratório na pesagem.
Se vai utilizar a balança analítica no trabalho laboratorial, é recomendável que a coloque num local específico onde haja o mínimo de interferências externas.
Com a balança de precisão tem uma pesagem confiável, seja no laboratório ou em ambientes fora de portas.
Têm normalmente uma capacidade de pesagem superior, mas uma precisão inferior quando comparadas às balanças analíticas.
Este tipo de balança oferece uma leitura em poucos segundos, o que acelera o trabalho laboratorial.
Por norma, a balança de precisão permite medições entre 2 a 3 casas decimais e não é afetada pelas condições do ambiente de trabalho - o que pode ser uma vantagem dependendo do ecossistema do seu laboratório ou se precisa de realizar trabalhos fora de portas.
A calibração é o processo de comparação entre o resultado obtido pela balança contra um valor de referência. Existem dois tipos de calibração: interna e externa.
Este é um ponto importante: falhas no rigor das medições representam custos avultados (que exploramos no capítulo seguinte).
Se quer dedicar-se inteiramente à análise e desenvolvimento de produtos, a balança analítica pode ser a escolha certa. Este tipo de balanças estão equipadas com um sistema automático de calibração interna.
O que isto significa?
Que não precisa de fazer nada para garantir a assertividade da medição (sendo que recomendamos que verifique regularmente se o sistema está a funcionar corretamente).
A calibração automática é feita em intervalos de tempo específicos ou de acordo com circunstâncias específicas. Por exemplo, se a balança detetar flutuações importantes na temperatura do espaço envolvente, faz os devidos ajustes. Tudo, sem qualquer intervenção humana.
Alguns modelos permitem ainda uma pré-programação. Por exemplo, durante o período de férias ou no fim de semana em que há menos pessoas a trabalhar.
Apesar de ser uma das características mais dispendiosas num equipamento destes, é mais conveniente e poupa tempo. Considere o investimento. Tem ainda a garantia que a capacidade de pesagem está sempre num nível ótimo.
Já a calibração externa, comum nas balanças de precisão, envolve um processo manual. Implica a utilização de um conjunto de pesos de calibração de balança aprovados, que devem ser mantidos nas melhores condições.
Apesar de exigir que alguém faça este processo com regularidade - o que implica ter de desviar recursos humanos para um trabalho de rotina - é uma balança mais acessível em termos de custos, mesmo contemplando a despesa na compra dos pesos.
Se forem detetados problemas na calibração, apenas o peso é enviado para re-certificação para garantir que a balança foi calibrada de forma correta (corretamente).
Outro ponto importante. Coloque na agenda as datas das auditorias e documente as calibrações realizadas.
Deve manter um calendário para garantir que as medições são rigorosas. Porque o que não se mede, não pode ser melhorado.
Como escolher uma Balança de Laboratório? |
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Capacidade de Pesagem | Tipo de Calibração | ||
Analítica | Precisão | Interna | Externa |
Para medir pequenas massas até 320g com grande precisão de 0,0001g | Para medir massas superiores até 6500g com uma precisão entre 0,1g e 0,001g | Calibração automática, feita em intervalos de tempo ou de acordo com circunstâncias específicas | Calibração manual, utilizando um conjunto de pesos de calibração de balança aprovados |
A precisão das balanças diminui com o tempo e o equipamento torna-se menos confiável. É uma situação normal e recorrente. O desgaste deve-se à utilização, mas também ao ambiente de laboratório a que a balança está exposta.
Nada que uma calibração correta não possa retificar!
De preferência, a calibração deve ser realizada por uma empresa certificada e técnicos experientes. Só assim consegue garantir os benefícios de uma calibração correta (maximiza o desempenho do equipamento e o investimento que fez).
Depois do procedimento, deve receber um certificado final de calibração, emitido pelas entidades competentes para o efeito. Este documento descreve as leituras realizadas e compara-as com o valor de referência para aquela balança e modelo.
Ignorar a necessidade de calibração transforma a atividade da medição num exercício adivinhatório. Contribui também para a degradação do próprio instrumento.
Imagine ter um projeto importante e ficar sem balança. Reduzir o downtime é também uma prioridade para além da qualidade dos resultados analíticos.
Quando a calibração é feita numa base regular, ganha benefícios relacionados com a qualidade do produto final e ganhos para o próprio laboratório:
E pode estar a perguntar-se: De quanto em quanto tempo é que deve ser feita a calibração?
Depende dos riscos e do impacto. Por exemplo, se existe uma forte probabilidade de algo correr mal e de os impactos serem brutais, então, os intervalos devem ser mais curtos - e vice-versa.
O melhor é questionar o técnico que realiza a calibração.
Há diferenças entre a balança analítica e de precisão, tanto na capacidade de pesagem como no tipo de calibração que cada tipologia exige.
Se a precisão máxima é um requisito nas atividades do seu laboratório, uma balança analítica é a melhor escolha.
Se, por outro lado, a precisão é um elemento importante, mas não um requisito fundamental, considere a balança de precisão.
Independentemente da balança que escolher, a manutenção é essencial ao seu bom funcionamento dos equipamentos laboratoriais, como nos resultados do produto que está a desenvolver.
Porque menos erros, representam maior fiabilidade.
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